DIALOGISMO E PODER NO DISCURSO RACISTA E ANTIRRACISTA

Autores

  • Olga SERRADELL
  • Ariadna MUNTÉ

Resumo

A orientação teórica a partir da qual se analisam os atos comunicativos condiciona fortemente nossa compreensão sobre o uso que fazemos da linguagem e suas repercussões sociais. Autores como Foucault (1971) consideram as relações humanas unicamente como relações de poder já que a própria estrutura em que vivemos é desigual. Desta perspectiva, o poder é o elemento que domina em todos os atos comunicativos que observamos de fato, tanto na relação que se estabelece entre uma pessoa cigana e outra que se faz de voluntária para ensinar-lhe a ler e a escrever em um centro educativo; como a que se estabelece com uma que participou de ataques contra acampamentos de ciganos com coquetéis molotov. Se ambas as situações se analisam como o resultado da influência de alguns sistemas e estruturas sociais que guiam as ações dos sujeitos para manter uma ordem social, todo ato comunicativo que se dê nestas relações será de poder. Contudo, sabemos que entre a pessoa que está aprendendo a ler e a escrever e a pessoa que a ajuda se pode gerar solidariedade; enquanto que entre a pessoa agredida e a agressora se gera medo e conflito. Ambos os efeitos são o resultado de atos comunicativos diferentes que somente podem ser entendidos se introduzirmos uma perspectiva de análise dual da sociedade, que leve em conta ambas as dimensões: sistemas e sujeitos.

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