SENTIDOS DE SENHORIO NA ESCRAVIDÃO BRASILEIRA: UMA ANÁLISE SEMÂNTICA DE SENHORIO NAS RELAÇÕES HUMANAS DE GESTÃO DE MÃO DE OBRA
Resumo
Neste artigo, analisamos sentidos da palavra senhor circulantes em cartas de alforria no Brasil durante o período de 1841 a 1888 e em textos da imprensa baiana durante o período de 1870 a 1888. Procura-se responder à questão Como se caracteriza semanticamente o senhorio nas relações humanas de gestão de mão de obra?. Para tanto, mobilizando pressupostos da Semântica do Acontecimento, aliados a alguns princípios da História/Historiografia, analisa-se um corpus de cartas de alforria e textos da imprensa baiana do século XIX. Demonstra-se, com base nos dados que na relação senhor-escravo, o escravo ora é coisa, ora é pessoa. Na alforria, é tratado como coisa, mas ao mesmo tempo recebe benevelência, tem patrono e/ou padrinho; no crime, é tratado sempre como pessoa, figurando como criminoso, ou como vítima. Entretanto, o que fica evidenciado é que em qualquer desses funcionamentos, como pessoa, ou coisa, o escravo está sempre sob o domínio do poder do senhor.
Referências
BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: auli