A DITADURA EM DISCURSO NO MEMORIAL DA RESISTÊNCIA: HISTÓRIA E MEMÓRIA
Resumo
Neste artigo, temos como objetivo refletir sobre os desdobramentos do funcionamento da memória e da constituição da voz institucional em espaços museológicos. Ou seja, promovemos um gesto de leitura que (re)visita o papel da memória instaurado nos discursos do Memorial da Resistência, materializados pelo seu acervo permanente e exposições; com isso, observamos tal “lugar de memória” como resistência política após o período da ditadura cívico-militar brasileira. É, pois, olhar o dito narrado da constituição da história para criar novas ressignificações da violência sofrida por homens e mulheres à época, é observar, assim, um espaço que carrega consigo memórias duras de sofrimento e angústia como um espaço de museu, transformando, de certo modo, a memória do horror em midiatização. Nosso corpus de análise será composto por uma entrevista concedida pela coordenadora do Memorial, Marília Bonas, mobilizando a teoria discursiva, tais como: memória, condições de produção e discurso.
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