Porque Hamlet já não interessa a ninguém. Entre a morte do drama e a ressurreição do teatro.
Resumo
A partir de algumas considerações sobre o estatuto político do teatro moderno e contemporâneo, este artigo busca analisar a peça Hamletmaschine, escrita em 1977 por Heiner Müller, com base em algumas das questões histórico-sociais suscitadas pela obra em questão. Tendo em vista alguns comentários emitidos por teóricos da arte, filosofia e psicanálise, procura-se aqui delimitar alguns paradigmas da produção artística contemporânea, principalmente em relação à dramaturgia, levando em conta o resgate de significativas obras, reconhecidas pela tradição literária, e o papel político desempenhado por essas composições.Referências
ADORNO, T. W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.). Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: Companhia Editora Nacional e Editora da USP, 1971, p.287-295.
____________. Teoria estética. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2013.
ANDERSON, Perry. Modernidade e revolução. In: Novos Estudos CEBRAP, n.14, São Paulo, fev. de 1986, p.2-15.
CORNAGO, Óscar. Teatralidade e ética. In: SAADI, Fátima; GARCIA, Silvana (orgs). Próximo ato: questões da teatralidade contemporânea. São Paulo: Itaú Cultural, 2008, p.20-31.
DORT, Bernard. O teatro e sua realidade. Tradução: Fernando Peixoto. São Paulo: Perspectiva, 1977.
FÉRAL, Josette. O real na arte: a estética do choque. In: RAMOS, Luiz Fernando. Arte e ciência: abismo de rosas. São Paulo: ABRACE, 2012, p.77-94.
JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica do capitalismo tardio. Tradução: Maria Elisa Cevasco. Revisão da tradução: Iná Camargo Costa. São Paulo: Ática, 1996.
_______________. Marxismo e forma interna. In: Marxismo e forma: teorias dialéticas da Literatura no século XX. Tradução: Iumna Maria Simon, Ismail Xavier e Fernando Oliboni. São Paulo: Editora Hucitec, 1985, p.304-315.
LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. Tradução: Pedro Süssekind. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
LOPES, Silvina Rodrigues. A literatura como experiência. In: Literatura, defesa do atrito. Lisboa: Vendaval, 2003, p.11-57.
MAGRIS, Claudio. O romance é concebível sem o mundo moderno? In: MORETTI, Franco (org.). O romance 1: A cultura do romance. Tradução: Denise Bottmann. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p.1013-1028.
MARCONDES, Renan. Breve apontamento sobre Hamlet-Ofélia em “Hamlet-Máquina”. Revista Performatus: ano 02, n. 12, outubro de 2014, p.01-05.
MORETTI, Franco. O feitiço da indecisão. In: Signos e estilos da modernidade: ensaios sobre a sociologia das formas literárias. Civilização Brasileira, 2007, p.279-289.
MÜLLER, Heiner. Hamlet-máquina. In: Teatro de Heiner Müller. Apresentação de Fernando Peixoto. São Paulo: Editora Hucitec, 1987, p.23-32.
PATRIOTA, Rosangela. O pós-dramático na dramaturgia. In: GUINSBURG, J. & FERNANDES, S. O pós-dramático: um conceito operativo?. São Paulo: Perspectiva, 2008, p.43-57.
RÖHL, Ruth. O teatro de Heiner Müller. São Paulo: Perspectiva, 1997.
SAFATLE, Vladimir. Cinismo e falência da crítica. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.
SCHWARZ, Roberto. Altos e baixos da atualidade de Brecht. In: Sequências brasileiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p.113-148.
ŽIŽEK, Slavoj. Bem-vindo ao deserto da pós-ideologia. In: O ano em que sonhamos perigosamente. Tradução: Rogério Bettoni. São Paulo: Boitempo, 2012, p.53-65.
Uma conversa entre Heiner Muller e Wolfgang Heise. Tradução: José Galisi Filho. Revista Magma, n.3, 1996, p.97-116.