Porque Hamlet já não interessa a ninguém. Entre a morte do drama e a ressurreição do teatro.

Autores

  • Matheus Cosmo Universidade de São Paulo

Resumo

A partir de algumas considerações sobre o estatuto político do teatro moderno e contemporâneo, este artigo busca analisar a peça Hamletmaschine, escrita em 1977 por Heiner Müller, com base em algumas das questões histórico-sociais suscitadas pela obra em questão. Tendo em vista alguns comentários emitidos por teóricos da arte, filosofia e psicanálise, procura-se aqui delimitar alguns paradigmas da produção artística contemporânea, principalmente em relação à dramaturgia, levando em conta o resgate de significativas obras, reconhecidas pela tradição literária, e o papel político desempenhado por essas composições.

Biografia do Autor

Matheus Cosmo, Universidade de São Paulo

Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), com habilitação em Português e Linguística, e Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA-USP.

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Publicado

2016-06-02

Edição

Seção

(Re)Leituras dos clássicos da linguística e da literatura