EU SEI, MAS NÃO DEVIA: RESISTÊNCIA E RESILIÊNCIA NA CRÔNICA DE MARINA COLASANTI

Autores

  • Ângela Cristina Rodrigues de CASTRO

Resumo

Considerando-se a teoria dos gêneros discursivos, os conceitos de dialogismo e polifonia, elaborados por Bakhtin, a noção de intertextualidade, elaborada por Kristeva e ressaltada por Beaugrande & Dressler, e o conceito de interdiscursividade, formulado por Pêcheux, reformulado por Authier-Revuz e posteriormente desenvolvido e divulgado no seio da Semântica da Enunciação na década de 1980 por nomes como Orlandi, assim como o arcabouço teórico da Análise do Discurso (AD), de linha Semiolinguística, e da Linguística Textual (LT), todos estabelecendo um diálogo entre si, este artigo tem como proposta o estudo da intertextualidade e da interdiscursividade como elementos/fatores de construção e produção textual e de sentidos no discurso, no qual a resistência e a resiliência são reconhecidas a partir da inserção do sujeito da linguagem numa determinada formação discursiva. Para este fim, procede-se `a análise da crônica “Eu sei, mas não devia”, que faz parte da coletânea de crônicas jornalísticas de Maria Colasanti, escritas de 1972 a 1996 e publicadas em um volume de título homônimo, em 1996. Fortalece-se, neste estudo, a tese de que a interdiscursividade e a intertextualidade são elementos imprescindíveis para a construção do discurso, para a compreensão de qualquer produção enunciativa, e que, em uma perspectiva dialógica discursiva, o discurso literário pode ser investigado, com base em sua constituição e materialização na heterogeneidade do sujeito inscrito em formações discursivas, constituindo-se o discurso como o lugar, o espaço de resistência e resiliência.

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