À MEIA LUZ, SENTIDOS DE FOTOGRAFIA E FOTÓGRAFO NO CINEMA
Resumo
À luz da Análise do Discurso (AD) de matriz francesa, notamos que a
leitura do discurso fotográfico e fílmico não é tarefa simples. Ao invés de
classificar fotos e filmes em gêneros de padrões já dados, interessa-nos
investigar o modo como a ideologia funciona, interpelando o sujeito e produzindo
um efeito de evidência em relação à imagem como algo da “realidade” pronta,
estagnada e passível de confirmação do concreto, do dado de verdade.
Consideramos que esse efeito de realidade precisa ser atravessado em sua
opacidade visto que o discurso, quer manifestado verbalmente ou na
materialidade imagética, não é evidente, tampouco está dado como mensagem
a ser decodificada, mas implica considerar o movimento dos sentidos, tecido
conforme a memória discursiva da qual o sujeito recorta o seu dizer.