UM OLHAR SEMIÓTICO SOBRE AUTORRETRATO DA ARTISTA SUL-MATO-GROSSENSE LÍDIA BAÍS
Resumo
Neste trabalho, pretendemos, a partir dos estudos da Semiótica Discursiva fundada por Greimas (1973) e de um de seus desdobramentos, a Semiótica Plástica pensada por Floch (1985), desenvolver uma leitura de tela pictórica tematizada pela religiosidade. Nessa perspectiva, qualquer tipo de texto, seja verbal ou não-verbal, é formado por um “plano de conteúdo” e um “plano de expressão”. Para analisar os planos de conteúdo e de expressão de um texto não-verbal, elegemos como objeto de análise a pintura Lídia simboliza a trindade de Lídia Baís, artista considerada ícone em Mato Grosso do Sul. Apontamos, inspiradas no texto do professor Ignácio Assis Silva (1980), que nossa leitura não pretende revelar “o” ou os sentidos do autorretrato, mas um certo sentido, isto é, o sentido relativo ao percurso, relativo à direção. Dessa forma, tratar semioticamente de tela de pintura pressupõe defini-la como texto, produto da articulação do plano de conteúdo com o plano de expressão. O texto pictórico analisado figurativiza uma Lídia tanto na dimensão humana quanto na espiritual, pois os elementos cruz, âncora, coração, interagem com a actante, na conjunção com o objeto Sagrado Coração, o que a tornaria semelhante ao Cristo e, portanto, merecedora das virtudes revestidas pelas figuras apresentadas.