CUMBE (2014), DE MARCELO D’SALETE
(DE)COLONIALIDADE E PERSPECTIVAS AFRODIASPÓRICAS
Resumo
Este trabalho dedica-se à análise da História em Quadrinhos Cumbe (2018), de Marcelo D’Salete, com base nas teorias da decolonialidade e da diáspora africana. Assim, parte-se da hipótese de que a obra constrói um discurso de resistência à colonialidade sob a perspectiva de pessoas negras escravizadas no Brasil. Dessa forma, busca-se examinar de que modo Cumbe subverte as condições impostas pela escravidão, conferindo autenticidade às narrativas de resistência negra, além de reafirmar o potencial dos Quadrinhos como instrumento de questionamento dos sistemas de poder e de transmissão de discursos de resistência. Para fundamentar a análise, recorre-se aos estudos de Aníbal Quijano (2005), Edgardo Lander (2005) e Nelson Maldonado-Torres (2007) para compreender as matrizes coloniais do poder, do saber e do ser. Walter Mignolo (2008; 2017; 2018) e Catherine E. Walsh (2018) contribuem com o pensamento e a ação decoloniais. Nei Lopes (2011), Stuart Hall (2003), Reginaldo Prandi (2000), João José Reis e Flávio dos Santos Gomes (1996) auxiliam no que confere à diáspora africana e à formação dos quilombos. A discussão sobre as Histórias em Quadrinhos e seu caráter político é embasada por Will Eisner (1995; 2005) e Moacy Cirne (1982; 1983). No que diz respeito à metodologia empregada, a pesquisa é de natureza básica, mostrando-se descritiva em seu objeto de estudo. Utiliza procedimentos técnicos bibliográficos e documentais, adotando uma abordagem qualitativa. A partir disso, conclui-se que Cumbe (2018) evidencia a resistência à colonialidade, sublinhando a subversão das condições impostas pela escravidão.