PIGMALEÃO E O PRECONCEITO LINGUÍSTICO
UMA DISCUSSÃO ACERCA DA PEDAGOGIA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Resumo
O presente artigo toma a obra Pigmaleão (2011) como mote para discussão sobre o preconceito linguístico, no que diz respeito, em especial, às contribuições da sociolinguística variacionista para a consolidação de uma pedagogia da variação linguística, expressão de Faraco (2004). Na obra literária, a personagem Eliza Doolittle passa por diversos momentos de ridicularização e humilhação perpetradas pelo professor de fonética, Sr. Higgins, por causa da maneira como fala. As ações do professor não são apenas fundadas em um profundo preconceito linguístico, mas também em julgamentos de valor que preconizam a superioridade de certas classes sociais sobre as outras, que possuem um ideal de correção linguístico inalcançável àqueles que não têm acesso à educação e aos bens culturais.