OS RESTOS DA BELEZA NO CINEMA: O FEIO E SEUS EFEITOS DISCURSIVOS NO FILME “SEM ESSA, ARANHA”, DE SGANZERLA
Resumo
Fundamentado na Análise de Discurso de linha francesa, mais especificamente em Michel Pêcheux (2009), e em diálogo com a Teoria Estética de T. W. Adorno (2008), a partir dos conceitos de Aufklärung, indústria cultural, arte e refração, este artigo propõe uma discussão em torno do efeito discursivo disruptivo da noção de “feio”, a ser cotejado e analisado a partir do filme “Sem essa, Aranha”, do cineasta brasileiro Rogério Sganzerla. Partimos da hipótese de que a fealdade e o escracho podem se mostrar como ferramentas de concretização daquilo que o discurso iluminista prometeu, mas negou: a emancipação e a autonomia do sujeito moderno.