NA ARTEALIZAÇÃO, A ESTÉTICA DO (E NO) CORPO FEMININO
Resumo
A noção de beleza pode ser de grande interesse para o campo da Análise do Discurso, tendo em vista o funcionamento de todo um aparato ideológico e discursivo de assujeitamento a partir do belo. A partir do legado teórico outorgado por Michel Pêcheux (2015), propomos um diálogo com o campo da estética da arte a partir de Gilles Lipovetsky (2015), com o objetivo de lançar luz sobre o processo histórico de significação da beleza estético-artística que, na contemporaneidade, passa a ser cooptado como ferramental ideológico a serviço do mercado, sedentarizando espaços, objetos e corpos humanos (principalmente o corpo feminino), vertendo-os em produtos estetizados colocados à venda. No percurso que ora faremos, propomos com isso pensar essas questões a partir da “A estetização do mundo: viver no capitalismo artista”, tendo em vista os pressupostos fornecidos por Gilles Lipovetsky (2015), cuja função é lançar luz sobre os funcionamentos discursivos que sedentarizam sujeitos e corpos femininos no capitalismo estético.
Referências
ARISTÓTELES. Política. Tradução Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
ARISTÓTELES. Poética. 7ª ed. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2003.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
HEGEL, G. W. Cursos de estética I. São Paulo: EDUSP, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. (Org.). Discurso fundador: A formação do país e a construção da identidade nacional. 2. ed. Campinas, SP: Pontes, 2001.
PLATÃO. A República. Introdução, tradução e notas de Maria Helena da Rocha. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1981.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da Unicamp, 1988 [1975]
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. (org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 1999 [1983].
PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso (AAD-69). In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.). Por uma análise automática do discurso. Campinas: Editora da Unicamp, 1997 [1969].
REALE, G. Para uma nova interpretação de Platão. São Paulo: Edições Loyola, 2004, p. 397.