O ETHOS FEMININO EM PROPAGANDAS DE CERVEJA

Autores

  • Palmira Heine

Resumo

1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A NOÇÃO DE ETHOS A noção de ethos remonta à Antiguidade Clássica, sendo gestada inicialmente como uma das provas da persuasão desempenhada pelos oradores no processo de interação com o auditório para o qual dirigiam seu discurso. Aristóteles foi o principal filósofo da antiguidade clássica que tratou da noção de ethos. Em sua teoria, ligada à Retórica, o ethos já era concebido como uma categoria essencialmente discursiva que se relacionava com a instância enunciativa, envolvendo, portanto, sujeitos discursivos e não sujeitos empíricos. O ethos ligava-se, portanto, à instância discursiva, sendo concebido como a imagem criada pelo enunciador no momento em que o mesmo tomava a palavra e enunciava. Para tal pensador grego, o ethos corresponderia ao caráter que o orador apresentava no momento do seu discurso. Ele percebia o ethos como uma categoria flexível, mutável e ligado à própria enunciação, o que significava que tal categoria não era preestabelecida, mas gestada no discurso. Pra persuadir era necessário, dentre outras coisas, que o orador criasse uma imagem positiva de si. Essa imagem envolvia elementos como: apresentação pessoal (vestimentas, roupas, apresentação pessoal), discurso oral, tom de voz, gestualidade, elementos que, interligados contribuíam para a formação de uma certa imagem do orador.

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