Racismo linguístico ou ensino pluralista e cidadão?

Autores

  • Dante Lucchesi

Resumo

Em 1901, o Jornal de Notícias, de Salvador, publicava o seguinte: Começaram, infelizmente, desde ontem, a se exibir em algazarra infernal, sem espírito nem gosto, os célebres grupos africanizados de canzás e búzios, longe de contribuírem para o brilhantismo das festas carnavalescas, deprimem o nome da Bahia, com esses espetáculos incômodos e sensaborões. Apesar de, nesse sentido, já se haver reclamado da polícia providências, é bom, ainda uma vez, lembrarmos que não seria má a proibição desses candomblés nas festas carnavalescas. Dois anos depois, o Jornal voltava à carga: O carnaval deste ano, não obstante o pedido patriótico e civilizador, [feito por este jornal], foi ainda a exibição pública do candomblé, salvo raríssimas exceções. Se alguém de fora julgar a Bahia pelo seu Carnaval, não pode deixar de colocá-la a par da África e note-se, para nossa vergonha, que aqui se acha hospedada uma comissão de sábios austríacos que, naturalmente, de pena engatilhada, vai registrando estes fatos para registrar nos jornais da culta Europa, em suas impressões de viagem.

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