OS SENTIDOS DA PALAVRA FRONTEIRA NO JORNALISMO FRONTEIRIÇO
Autores
Andreá F. Weber
Resumo
Neste artigo, buscamos discutir como essa fronteira é discursivizada no jornalismo produzido na própria região fronteiriça. Mais especificamente, tentaremos analisar os significados produzidos para a noção de fronteira, a partir das “extensões” que esta atinge no discurso jornalístico. Sendo a fronteira um conceito móvel, capaz de incluir ou excluir o “outro lado” da linha divisória, pretendemos pensar como, ao representar a fronteira, o jornalismo, a uma só vez, produz e reflete os limites demarcatórios desenhados no imaginário social dos moradores dessa região. Para isso, efetuamos um recorte que destaca manchetes noticiosas do jornal A Platéia, da cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul (RS). Santana do Livramento se localiza no extremo Sul desse estado, formando uma geminação [2] urbana com a cidade de Rivera, no Uruguai. Livramento/Rivera foi o último ponto de delimitação e demarcação dos limites do território sul-brasileiro, as quais foram acordadas em sua totalidade apenas em 1923 (GARCIA, 2010). Atualmente, essas duas cidades estão entre as de mais intensa circulação de pessoas e mercadorias de toda a região fronteiriça brasileira, o que nos leva a crer que esse seja um espaço de grande produção discursiva sobre a fronteira e potencialmente representativo das demais cidades-gêmeas da fronteira do país