"Eu sou um homem vivo a sentir" a voz de Álvaro de Campos

Autores

  • Cristina Arena Forli UFRGS

Resumo

Este trabalho tem como objeto de estudo o livro de poemas A criança em ruínas, de José Luís Peixoto, publicado em 2001. O sujeito lírico dos poemas de Peixoto reconhece que o repertório de signos de um indivíduo assume um caráter limitador em relação à sua existência e sua percepção de mundo. Devido a esse reconhecimento, o sentimento de angústia é tão constante em sua obra. Ele nasce justamente do paradoxo de falar contra a alienação, desconfiando, concomitantemente, da alienação da fala. Assim, a intertextualidade será utilizada pelo autor para a construção de sentidos nos seus poemas, tendo em vista que estes evidenciam uma relação explícita e implícita com poemas de Álvaro de Campos. Nesse sentido, esta pesquisa pretende analisar os poemas “a primavera chegou antes do tempo a esta sala” e “entre mim e o meu silêncio”, de A criança em ruínas, e sua relação com a poesia de Campos. Para tanto, utiliza-se como aporte teórico as reflexões sobre intertextualidade de Julia Kristeva, Judith Still e Michael Worton. Assim como Campos, Peixoto também apresenta diferentes fases e altera os estados de ânimo em seus poemas, ora aproximando-os mais da segunda fase do heterônimo de Fernando Pessoa, ora da terceira. 

Palavras-chave: A criança em ruínas. José Luís Peixoto. Álvaro de Campos. Intertextualidade. 

Biografia do Autor

Cristina Arena Forli, UFRGS

Mestranda em Literaturas Portuguesa e Luso-africanas pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2016-06-01