FACES E PRÁTICAS DA TRADUÇÃO POÉTICA: NUANÇAS DE UMA TRADUÇÃO INTERLINGUAL
Autores
Alan Caldas Simões
Resumo
O que significa traduzir um texto? Quais são as perdas e os ganhos nesta atividade? Quem é o tradutor e quem é o autor? Estas são algumas questões que surgem quando começamos a refletir sobre o processo de tradução, e, principalmente, quando iniciamos uma tradução. Traduzir, de acordo com Catford, pode ser entendido como a “substituição do material textual de uma língua pelo material textual equivalente em outra língua” (1980, p. 22). Uma tradução, então, pode ser entendida como uma ponte entre uma cultura e outra. O que seria da humanidade se não fosse o trabalho dos primeiros tradutores - que fizeram chegar ao homem ocidental e oriental o universo das antigas civilizações, os próprios romanos são exemplos desta prática quando traduziram diversas obras gregas para o seu idioma, se hoje podemos ler Homero ou Aristóteles é porque eles foram traduzidos. Nida (1975) explica o processo de tradução através de uma imagem analógica muito clara. Ele compara a tradução com o transporte de uma carga feita por vagões trem. O que mais importa nesse transporte é que a carga chegue ao seu destino, mas não de qualquer modo, que esta carga possa chegar, na medida do possível, intacta, ilesa dos possíveis “solavancos” da viagem. A ordem dos vagões em que a carga é transportada não necessariamente é importante. “[O] fundamental no processo de tradução é que todos os componentes significativos do original alcancem a língua-alvo, de tal forma que possam ser usados pelos receptores” (ARROJO,1986, p. 12).